A palavra empirismo vem do grego empeíria, que significa "experiência".
O empirismo, ao contrário do racionalismo, enfatiza o papel da experiência sensível
no processo do conhecimento.
Em reação ao racionalismo
cartesiano, principalmente à teoria das idéias inatas, John Locke escreve, em
1690, o Ensaio sobre o entendimento humano, no qual defende que todas as idéias
têm origem na experiência sensível. É a partir dos dados da experiência que,
por abstração, o entendimento, ou intelecto, produz idéias. A razão humana é
vista como uma folha em branco sobre a qual os objetos vão deixar sua impressão
sensível que será elaborada, através de certos procedimentos mentais, em idéias
particulares e idéias gerais. Entretanto, o mecanismo íntimo do real ultrapassa
os limites de toda experiência possível, isto é, podemos observar os fenômenos,
mas não suas causas ou suas relações.
Para Locke, todas as nossas
idéias provêm de duas fontes: a sensação e a reflexão, A sensação apreende
impressões vindas do mundo externo. A reflexão é o ato pelo qual o espírito
conhece suas próprias operações.
As idéias podem ser simples
e complexas. As idéias simples são aquelas que se impõem à consciência na
experiência sensível e são irredutíveis à análise. Ao correlacionar idéias
simples, o espírito constitui as idéias complexas.
David Hume, filósofo
escocês, leva mais adiante o empirismo de Locke, afirmando que as relações são
exteriores aos seus termos. Explicando, as relações não são observáveis,
portanto não estão nos objetos. Elas são modos que a natureza humana tem de
passar de um termo a outro, de uma idéia particular a outra. E esses modos são fruto
do hábito ou da crença.
Por exemplo, tendo observado
a água ferver a 100 graus, podemos dizer que toda água sempre ferve a 100
graus. Ou, vendo o sol nascer todos os dias, assumimos que amanhã também
nascerá. O que observamos, no entanto, é uma seqüência de eventos, sem nexo
causai. O que nos faz ultrapassar o dado e afirmar mais do que pode ser alcançado
pela experiência é o hábito criado através da observação de casos semelhantes,
a partir do que imaginamos que este caso se comporte da mesma forma que os
outros.
Assim, a única base para as
idéias ditas gerais é a crença, que, do ponto de vista do entendimento, faz uma
extensão ilegítima do conceito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário